quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Violência em alta nas cidades turísticas da Bahia afasta visitantes

Esse aumento não só tem afastado turistas como prejudicado a população que vive nesses locais

No lugar de belas praias e atrativos que convidam turistas mundo afora para conhecer a Bahia, ônibus incendiados e depredados, assaltos, restaurantes arrombados e toque de recolher. Essas cenas de violência - que nada têm de turísticas - têm sido registradas com cada vez maior frequência em paraísos naturais como Porto Seguro, Itacaré, Praia do Forte e Morro de São Paulo.
Esse aumento não só tem afastado turistas como prejudicado a população que vive nesses locais.  Porto Seguro, no Extremo Sul, onde em novembro foram registrados ataques violentos como ônibus incendiados, foi avaliada pelo Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari, como a 5ª cidade mais violenta do país. No ranking estadual, ela alcançou o 2º lugar, perdendo apenas para Simões Filho.
Com população média de 123.695, o município registrou, de 2008 a 2010, uma taxa de 108,3 homicídios por 100 mil habitantes. Já o número de tentativas de homicídio, segundo dados do Centro de Documentação e Estatística Policial (Cedep), disponibilizado no site da Secretaria da Segurança Pública (SSP), saltou de 10 em 2007 para 36 em 2010 -  aumento de 260%.


Conhecida mundialmente pelas praias, Porto Seguro tem sofrido com aumento de violência
“É um impacto negativo. Tudo que não é bom para a sociedade é ruim para o turismo. Infelizmente, a  maioria das ocorrências acontece nos bairros populares. A violência de maior impacto ocorre nos bairros mais periféricos, mas nenhuma área da cidade está livre”, alerta o secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli.
De acordo com Leonelli, uma pesquisa realizada pela  secretaria constatou que uma notícia de violência de qualquer cidade do mundo impacta negativamente. “Com essas notícias, as pessoas com intenção de viajar repensam o destino turístico para o qual iriam inicialmente”, diz.
O turismo é, para o secretário, uma combinação de ação econômica e social que gera emprego e ajuda a reprimir o tráfico. “Houve uma mudança de qualidade no quadro da violência com o advento do crack. Nunca existiu uma droga tão barata e devastadora. O crack em pouco tempo provoca dependência e efeitos que despertam para a violência”.
Causas
Para o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, o aumento do consumo e do tráfico de drogas nestes locais está relacionado com o alto volume turístico. Nas localidades de Morro de São Paulo, no Baixo Sul, e Praia do Forte, no Litoral Norte,  a violência é resultado do tráfico, segundo o secretário.
“Estamos fechando um projeto para melhorar nossa atuação no que se refere ao panorama turístico. Onde há consumo, há a figura do traficante. Precisamos fazer é um fortalecimento na investigação das quadrilhas de tráfico que atuam nessas localidades turísticas, como também criar unidades destacáveis visando o atendimento ao turista”.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge, cidades turísticas não só sofrem com tráfico de entorpecentes como também são alvos de furtos e roubos. “Tendo em vista a incidência de turistas, se não é a droga, são furtos e roubos. Por isso, nesse período é desencadeada a Operação Verão, aumentando o reforço policial”, acrescenta.

Segundo a polícia, a ação teria sido orquestrada por traficantes do município
Ações
No caso de Porto Seguro, Barbosa destaca ainda a situação do bairro Baianão, considerado a maior favela da região. “Baianão tem a divergência de uma classe rica que passa e vai a Porto Seguro em busca de entretenimento e outra completamente carente de todos os serviços inclusive com efetivo policial bastante reduzido, e a soma desses fatores levou a  um aumento do consumo e do tráfico de drogas”.
Porto Seguro apresentou um crescente número de prisões de traficantes, que recebiam, segundo Barbosa, influências de pessoas que vinham dos estados do Sul e Sudeste do país.
Por conta do aumento da violência, a cidade será a primeira fora da capital a receber uma Base Comunitária de Segurança. Para tentar reverter o quadro de violência, o secretário conta que, além da Base, no Baianão será realizado também o reforço do efetivo de policiais, a reforma das delegacias e a criação de um complexo policial.
“O que eu acho que é mais importante é a transferência dos presos para o presídio de Eunápolis que vai ser inaugurado. Uma das grandes chagas de Porto Seguro é a questão prisional que é meio séria”.
Falta policiamento no interior
O aumento de ocorrências violentas em cidades e localidades turísticas está relacionado, segundo o coordenador do Observatório de Segurança Pública, Carlos Costa Gomes, a uma desestruturação econômica. Além disso, há uma espécie de migração da criminalidade para o interior. “Quando há intensificação do policiamento nas áreas centrais de Salvador, há um crescimento de crimes no interior do estado”, destaca.
A questão do tráfico de drogas também é uma causa apontada por Costa Gomes. “Tendo mais traficantes e mais pessoas com efeitos de substâncias psicoativas, aumenta o número de homicídios”, associa. Apesar de o turismo ser um fator gerador de emprego e renda, o pesquisador destaca que ele não consegue incorporar a população. “A não ser, por exemplo, como faxineiro. A população em si é exposta a uma cultura de consumo da qual ela não participa”.
A grande quantidade de turistas que procuram por sexo e drogas também deve ser levada em consideração, segundo Costa Gomes. “A Bahia atrai turistas, mas muitas vezes são turistas que vêm em busca de outros atrativos que são proporcionados por países periféricos como sexo com menores e a compra de drogas”, destaca.
“Morro de São Paulo, Itacaré e Praia do Forte são destinos em que a prática de ilícito do consumo de drogas ficou tão clara que se tornou quase elemento de atração. A inexistência para fiscalizar acaba sendo um chamativo. O policiamento nestas áreas é insuficiente para o volume de pessoas”, complementa o especialista.
De acordo com o pesquisador, o turismo nessas regiões considera essa falta de combate à criminalidade. “O turista tem a percepção que não existe combate eficiente. Todo esse contexto acaba por estimular parte da população que está desempregada a participar da criminalidade”, diz.
Mata de São João dobra homicídios e sofre com roubos
O número de homicídios dobrou este ano em Mata de São João, município onde fica localizada a Praia do Forte. De janeiro a novembro de 2011, foram registrados 31 homicídios no município do Litoral Norte, de acordo com as estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), contra  15 mortes violentas em 2010.
Na região, segundo o delegado Marcos Laranjeira, titular da Delegacia de Proteção Ambiental, adolescentes que arrombam lojas e furtam para comprar drogas são apreendidos com frequência. A estimativa é que ocorram em média 15 roubos a lojas por mês.
Em Itacaré, no Sul do estado, o número de homicídios passou de apenas 1 em 2007 para 4 em 2010. O número de tentativas reduziu de oito para três, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública. Além do aumento de homicídios, assaltos principalmente a turistas costumam ocorrer nas trilhas de praias como Tiririca e Rezende. “Ultimamente não tem acontecido. Há um mês foi preso um dos praticantes destes assaltos e foram recuperados alguns objetos”, conta o agente do setor de investigação da delegacia da cidades, Demilson Costa.
Já em Cairu, próximo a Morro de São Paulo, houve um aumento de apenas 1 homicídio em 2007 para 5 em 2010. Na comparação com 2009, 2010 apresentou uma redução de seis tentativas de homicídios para três. Segundo a delegada Glória Izabel, titular da 5ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), 80% dos assaltos já foram elucidados. “Alguns (assaltantes)  já foram presos e outros estão sendo monitorados”, destaca a delegada.
A região da Quarta Praia, chamada de Manguinho, é onde mais acontecem assaltos. Para as cidades de Itacaré e Cairu, o CORREIO pediu à SSP dados até 2011, mas a solicitação não foi atendida.

Delegado diz que ação em Porto Seguro foi isolada
Para o titular da 23ª Coorpin, em Eunápolis,  Evy Paternostro, as ações ocorridas em Porto Seguro foram pontuais. “Aquilo foi uma ação isolada de represália do tráfico. Buiu estava foragido desde setembro de 2010. Por conta da morte do comparsa dele, Aleluia, ele determinou que fossem praticados os ataques no dia 30 de novembro”, destaca.
Segundo o delegado, o traficante André Márcio de Jesus, o Buiu, mandante do atentado que destruiu diversos ônibus e aterrorizou a população estava em Ilhéus quando a polícia invadiu a casa dele, no dia 3 de dezembro, e apreendeu um fuzil 762 e matou quatro supostos integrantes que estariam de sentinela no local. Buiu e um irmão conseguiram fugir. “Em Porto Seguro grande parte dos homicídios dessa região é resultado do tráfico”, finaliza o delegado.
 

Servidores da Ciretran de Feira de Santana são mortos a tiros

Segundo a polícia, o sargento Amarildo Araújo de Novaes atirou em dois colegas e depois cometeu suicídio no estacionamento do Corpo de Bombeiros.


Três servidores da 3ª Circunscrição Regional de Trânsito de Feira de Santana (Ciretran) morreram na manhã desta quinta-feira (29), em Feira de Santana, a 107 quilômetros de Salvador. Os examinadores Luis Eugênio e Maria das Graças Costa Neves e o coordenador de habilitação, o sargento Amarildo Araújo de Novaes, foram encontrados mortos dentro de um carro no estacionamento do Corpo de Bombeiros, que fica no bairro do Tomba.

Segundo o coordenador-regional da 1ª Coordenadoria Regional do Interior (Coorpin), Ricardo Brito, o sargento matou os dois colegas de trabalho e em seguida cometeu suicídio. De acordo com informações preliminares, o sargento Amarildo teria chegado em um carro, junto com Maria das Graças, ao estacionamento do Corpo de Bombeiros, onde encontraria com Luis Eugênio. O crime teria acontecido no local.

O sargento, que estava baleado na cabeça, chegou a ser socorrido para o Hospital Geral Clériston Andrade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Os examinadores morreram no local. A polícia ainda não divulgou o que teria motivado o crime.

Há cerca de 25 dias, uma força-tarefa coordenada por Osvaldo Moura, do Detran-BA, está investigando sete servidores do órgão por suspeita de fraude, depois de denúncias sobre regularização de carros roubados na região. O Detran-BA ainda não divulgou o nome dos sete suspeitos na fraude, nem se as vítimas estariam envolvidas na investigação.

Em julho deste ano, o sargento Amarildo foi exonerado do comando do setor de Habilitação da 3ª Ciretran. Pouco mais de um mês após o afastamento, ele retornou ao cargo.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Lideranças condenam armação petista na Lista de Furnas

Deputado Rodrigo Maia quer mais investigações. Escutas da PF reveladas por VEJA mostram como PT tentou minar apuração do Mensalão.

PT usou estelionatário para desencaminhar CPI dos Correios

Escutas da PF revelam como deputados petistas encomendaram a Lista de Furnas para incriminar opositores, no auge do mensalão. Há dois anos, o mesmo falsificador tentou entregar documento forjado ao STF

O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT-SP) participa de evento comemorativo dos 30 anos do PT, na Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2010 O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT-SP) participa de evento comemorativo dos 30 anos do PT, na Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2010 (J.F. Diório/Agência Estado)
No começo de 2006, a chamada Lista de Furnas quase enterrou a CPI dos Correios, que investigava o mensalão, maior escândalo do petismo. O documento elencava doações irregulares de campanha, no valor de 40 milhões de reais, a adversários do governo Lula, e serviria para mostrar que práticas escusas de financiamento não eram adotadas apenas pelo partido do presidente, mas seriam comuns a todas a legendas. Poucas semanas depois, porém, descobriu-se que a tal lista não passava de grosseira falsificação. A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado finalmente revela como o documento foi forjado por um notório estelionatário, por encomenda de dois deputados petistas de Minas Gerais, com incentivo e apoio da cúpula nacional do partido.
VEJA teve acesso a conversas gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial, no primeiro semestre de 2006. Elas evidenciam que o estelionatário Nilton Monteiro - preso em outubro deste ano por forjar notas promissórias - agiu sob os auspícios dos deputados Rogério Correia e Agostinho Valente (hoje no PDT) com o objetivo de fabricar a lista. Há diálogos seguidos entre Monteiro e Simeão de Oliveira, braço direito de Rogério Correia. Os dois discutem os padrões das assinaturas de figuras importantes da oposição naquele momento, como o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia, do DEM, e o então líder do PSDB, Antônio Carlos Pannunzio. Em troca das falsificações, Monteiro, além de receber pagamento diretos, exigia a liberação de recursos em bancos públicos. É o que demonstram as gravações.
Embora a Lista de Furnas tenha sido desacreditada ainda em 2006, Nilton Monteiro esteve em Brasília, há dois anos, para tentar apensar ao processo do mensalão, que corre no Supremo Tribunal Federal, um recibo em que o ex-presidente do DEM, Rodrigo Maia, assumiria o recebimento de 200 000 reais do caixa da estatal de energia. Relator da causa no STF, o ministro Joaquim Barbosa rejeitou o documento - outro óbvio embuste. Em sua visita à capital, Monteiro foi ciceroneado pelo advogado petista William dos Santos, próximo do deputado Correia e de José Dirceu, principal réu do mensalão. Na ocasião, os dois visitaram também o gabinete de Ideli Salvatti, hoje ministra de Relações Institucionais, então no exercício de seu mandato como senadora. Procurada pela revista, Ideli negou o encontro.
Leia abaixo um trecho das gravações obtidas por VEJA. O interlocutor é Simeão de Oliveira, assessor do deputado Rogério Correia:
Nilton: Vou acabar com eles tudinho. Agora, é o seguinte: você tem que me dar proteção, porque eu estou precisando. Não interessa só isso não. Eu quero aquele negócio que foi escrito no papel, que o Agostinho fez.
Simeão: Mas aí eu não vou discutir o negócio do Agostinho (ex-deputado federal petista Agostinho Valente) com você, não.
Nilton: Eu sei que você não vai discutir, mas pode saber que... é aquilo que eu preciso.
Simeão: Não, mas eu...
Nilton: São aqueles negócios que eu pedi da Caixa e do Banco do Brasil, pra liberar pra mim urgente no BNDES, lá.
Simeão:Não, isso eu não vou discutir, não.
Parlamentares citados na Lista de Furnas – documento forjado para atingir a oposição e abafar investigações sobre o escândalo do Mensalão – mostraram-se indignados diante da revelação de que dois deputados petistas estavam por trás do esquema que pretendia minar a CPI dos Correios, em 2006. As informações, obtidas por escutas da Polícia Federal, foram reveladas por reportagem da edição de VEJA desta semana. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma das vítimas da farsa, vai pedir à Polícia Federal informações sobre o resultado das investigações. E cobrar um aprofundamento dos trabalhos sobre um ponto específico da fraude: a coleta de sua assinatura, que se deu dentro da Câmara Federal em circunstâncias ainda não explicadas.
Maia sabe que sua assinatura foi obtida na Câmara porque a rubrica que consta do material fraudulento é a que ele usava para subscrever requerimentos na Casa. Em documentos que não tinham relação com a atividade parlamentar, ele usava outra assinatura. "A ocultação passou por dentro da Câmara dos Deputados. Temos que pedir que se avance nessa questão."
Outra vítima da montagem, o ex-deputado Raul Jungmann (PPS-PE) condenou a armação por trás da Lista de Furnas: "Ao PT, faltam limites éticos e morais, porque eles nunca aderiram à institucionalidade da democracia totalmente. O PT desenvolveu uma moral própria, que é aquela que lhe convém", disse.
José Carlos Aleluia (DEM-BA), ex-deputado também citado na lista falsa, foi à Justiça contra Nilton Monteiro, o criminoso que montou o documento sob encomenda dos petistas. Ele afirmou que a relação entre Monteiro e o PT era conhecida: "Na primeira audiência, ele foi representado por um advogado do PT. Depois, o PT começou a pagar outros advogados para ele." Aleluia também se mostrou indignado com a fraude: "É difícil fazer política quando você sabe que tem uma quadrilha, cujos nomes dos chefes são conhecidos, agindo nas barbas da polícia e da Justiça."
Osmar Serraglio (PMDB-PR), que era o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, lembra-se de ter encontrado o envelope com a Lista de Furnas em sua mesa. "Não tinha identificação, não tinha origem. Eu fiquei em dificuldade. O que eu iria fazer com aquilo? Dali a pouco, iriam dizer que o relator inventou a lista", diz o parlamentar.
Ironicamente, muitos daqueles que eram alvo do PT há seis anos agora são aliados do governo federal. A lista inclui, por exemplo, o govenador Sérgio Cabral (PMDB), os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Zezé Perrela (PDT-MG). O último, aliás, acredita que o episódio foi provocado por "uns malucos". "Eu não acredito que isso tenha sido uma coisa orgânica, centralizada. São uns malucos, uns outros aloprados", avalia o peemedebista.
Revelação – VEJA teve acesso a conversas gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial, no primeiro semestre de 2006. Elas evidenciam que o estelionatário Nilton Monteiro – preso em outubro deste ano por forjar notas promissórias – agiu sob os auspícios dos deputados Rogério Correia e Agostinho Valente (hoje no PDT) com o objetivo de fabricar a lista. Há diálogos seguidos entre Monteiro e Simeão de Oliveira, braço direito de Rogério Correia.
Os dois discutem os padrões das assinaturas de figuras importantes da oposição naquele momento, como o líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia, do DEM, e o então líder do PSDB, Antônio Carlos Pannunzio. Em troca das falsificações, Monteiro, além de receber pagamento diretos, exigia a liberação de recursos em bancos públicos. É o que demonstram as gravações.
A Lista de Furnas era uma espécie de planilha com valores supostamente repassados a campanhas eleitorais de parlamentares e governantes de oposição durante o pleito de 2002. O Caixa 2 seria comandado por Dimas Toledo, então comandante da estatal.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Governo anuncia 2.800 novas vagas para PF e Polícia Rodoviária.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta quinta-feira (8) que devem ser contratados, no próximo ano, 1.500 novos policiais rodoviários federais e 1.300 policiais federais.
A maioria das vagas deve ser encaminhada para trabalhar nas fronteiras, que envolvem 710 municípios.
Um pacto entre a União e 11 Estados --Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina-- vai liberar R$ 37 bilhões para o Plano Estratégico de Fronteiras, para fortalecer as ações de segurança pública nessas regiões.
"Uma série de medidas estruturantes serão tomadas em 2012 e 2013. Conseguimos integrar as forças federais que se destinam ao controle de fronteiras; coisa que, no passado, nem sempre foi possível fazer", disse o ministro.
De acordo com o ministro, o Plano Estratégico seguirá um cronograma até 2014, em que serão implementadas medidas uniformes e integradas contra os tráficos de drogas e de armas vindos de países vizinhos.
O plano foi lançado em junho deste ano.
PM que delatou esquema diz ter recebido propina de aliado de Agnelo.

O policial militar João Dias Ferreira, pego ontem na sede do governo do Distrito Federal com R$ 159 mil, disse à Polícia Civil que o dinheiro era propina dada pelo irmão e pela chefe de gabinete do secretário de Governo, Paulo Tadeu, principal aliado do governador Agnelo Queiroz (PT).
Ferreira foi preso ontem na secretaria de Governo, após jogar o dinheiro na mesa de servidoras, por injúria e lesão corporal.
PM é preso novamente após ser pego com dinheiro no governo do DF
PM que delatou fraude no Esporte é solto após ter agredido servidores

PM João Dias Ferreira é preso novamente após ser pego com dinheiro no governo do Distrito Federal
PM João Dias Ferreira é preso novamente após ser pego com dinheiro no governo do Distrito Federal.

A Polícia Civil, Ferreira disse que foi ao Palácio do Buriti devolver o dinheiro que havia recebido no último domingo.
"O autor [João Dias Ferreira] negou as agressões, apenas reconhecendo os xingamentos mútuos, alegando que estava devolvendo a quantia que lhe havia sido entregue em sua residência, pela senhora Paula, pelo irmão do secretário Paulo Tadeu, e por outras pessoas cujos nomes não declinou", diz o Boletim de Ocorrência.
Uma das citadas é Paula Batista de Araújo, chefe de gabinete de Paulo Tadeu e apontada como uma das vítimas da prisão ocorrida ontem.
Segundo o advogado de Ferreira, André Cardoso, o policial havia recebido "inúmeras" propostas de propina de pessoas ligadas a Agnelo Queiroz, como forma de "cala-boca". Cardoso diz que o policial decidiu então aceitar a última oferta para que pudesse gravar a entrega do dinheiro.
Ferreira é dono de duas ONGs que desviaram mais de R$ 3 milhões do Esporte, quando Agnelo era ministro e também na gestão de Orlando Silva --que caiu após as acusações. Durante a crise no Esporte, o policial centrou as acusações em Orlando Silva, sem implicar diretamente Agnelo.
Procurado pela Folha, Paulo Tadeu disse que a versão do policial é uma "farsa".
"Ele não vai divulgar esse vídeo com a entrega de dinheiro porque não existe. A polícia tem que investigar a origem desse dinheiro. Foi montada uma farsa para cima de mim que não saiu como planejada", disse o secretário de Governo do DF.
Em nota, Agnelo diz que "está sendo alvo de uma denúncia infundada, baseada em depoimento no qual não foi apresentado prova alguma".
"O GDF rechaça a tentativa criminosa de acusar integrantes do governo. E aguarda que o caso seja esclarecido o mais rápido possível, revelando que interesses escusos que levam o policial a fazer tais declarações neste momento."
João Dias Ferreira foi solto pela Polícia Civil após pagar fiança de R$ 2.000, mas foi preso pela corregedoria da Polícia Militar, uma vez que um dos agredidos era também um policial. O advogado do policial, André Cardoso, disse que a prisão é ilegal.
"Houve pressão para tirar ele de circulação. É uma prisão ilegal, já que lesão corporal leve é um crime menor que nem se houvesse condenação ocorreria o regime fechado", disse.
PM diz que major baleado em SP emprestou coletes a equipe de TV .

O major Sandro Moretti Silva Andrade forneceu dois coletes a profissionais da TV Bandeirantes durante as negociações do assalto com reféns que terminou com a morte do PM, na noite de ontem, na zona sul de São Paulo.
De acordo com a corporação, o PM saiu para trabalhar sem o colete e, já no local onde ocorria o assalto, pediu para que buscassem mais equipamentos. Para a PM, o major preferiu dar a proteção aos profissionais por entender que a imprensa poderia auxiliar nas negociações.
Andrade foi baleado no braço esquerdo, e o tiro atingiu a caixa torácica. Segundo a PM, ele poderia ter sido baleado mesmo com o colete --já que o equipamento não protege os braços.
Andrade deixa três filhos e uma ficha de 51 elogios na PM, em 26 anos de carreira.
TIROTEIO
A tentativa de assalto também deixou um criminoso morto. Ele atirou contra os policiais durante as negociações para a soltura dos reféns e tentou fugir.
Um policial seguiu e atirou várias vezes contra o assaltante, que não resistiu.
Outro PM foi baleado durante a ação e está internado, mas não corre risco de morte.
"Houve uma negociação dentro de todos os protocolos, o bandido havia concordado com a rendição e, no meio desta rendição, acabou atirando no major, o que mostra a violência dos criminosos no momento que nós vivemos", disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
O assalto ocorreu por volta das 19h de ontem, quando três assaltantes invadiram uma loja de materiais de construção na estrada do M'Boi Mirim e renderam sete pessoas. Acionada, a PM cercou a loja, e deu início às negociações, que acabaram em tiroteio.
Os outros dois bandidos conseguiram fugir. Nenhum refém ficou ferido. O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil vai investigar o caso.
Imagens exclusivas da Rede Globo mostram o momento em que começa o tiroteio:
Ex-marido liberta mulher que era mantida refém em SP .

Após quatro horas de negociação, o homem de 47 anos que mantinha a ex-mulher refém na rua Carlo Barbosa, no Lajeado, zona leste de São Paulo, libertou a vítima por volta das 13h.
Homem faz ex-mulher refém na zona leste de São Paulo
Segundo a PM, o homem chegou à casa da ex por volta das 9h, quando começou a ameaçá-la com um revólver calibre 38.
À polícia o ex-marido disse que queria matar a mulher e cometeria suicídio, já que ela teria acabado com a sua vida ao pedir a separação. Após libertá-la, o suspeito se entregou por volta das 13h40. Ninguém ficou ferido.
O homem, que saiu em uma maca, foi preso e encaminhado ao 63º DP (Vila Jacuí).

Homem que mantinha mulher refém se rende e sai de maca
Homem que mantinha mulher refém se rende e sai de maca
Planalto quer sustar faxina no ministério
DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto sinalizou ontem que tentará resistir ao que classifica de "pressão da imprensa" para derrubar ministros suspeitos de irregularidades.
A ordem entre os assessores era minimizar as acusações contra o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio). A avaliação é que a presidente Dilma precisa barrar a queda sequencial no primeiro escalão. Em outras palavras: interromper a "faxina".
O caso Pimentel é considerado "especial" por conta da proximidade pessoal com Dilma. Eles são amigos desde os anos 60.
Desde o escândalo que derrubou Orlando Silva do Ministério do Esporte, Dilma já dava sinais de que estava disposta a inverter a lógica das demissões dos ministros acusados, mas a operação fracassou quando o Supremo Tribunal Federal decidiu investigá-lo.
Depois, foi a vez de Carlos Lupi. Bombardeado, o ministro do Trabalho quase resistiu até a reforma, mas caiu porque, segundo assessores, "não ajudou nem um pouco, criou confusão atrás de confusão".
Assessores de Dilma fizeram a ressalva de que por ora não há motivos para a saída de Pimentel.
Até agora, dizem, o ministro tem respondido aos questionamentos. Mas pessoas ligadas a Pimentel afirmam que, se a artilharia contra ele se tornar insuportável, ele pode pedir para sair "em nome de sua biografia". A Folha apurou que o ministro já disse que "tudo tem limite".
Juízes de SP receberam R$ 1 mi de uma vez
Corregedores do CNJ investigam pagamentos ilegais a 17 integrantes da cúpula do tribunal de Justiça do Estado em 2010
Desembargadores tinham direito a verba, mas investigações apontam pagamento em condições especiais
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

Um grupo formado por 17 integrantes da cúpula do Tribunal de Justiça de São Paulo que está sob investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pode ter recebido ilegalmente R$ 17 milhões dos cofres públicos em 2010.
Os corregedores do CNJ colheram indícios de que o dinheiro foi usado para pagar de uma vez R$ 1 milhão a cada um dos juízes, a pretexto de resolver uma antiga pendência salarial da categoria.
Os 17 juízes tinham direito a receber pelo menos parte desse dinheiro, mas os pagamentos foram feitos em condições privilegiadas, de acordo com duas pessoas familiarizadas com as investigações.
Outros integrantes do TJ e juízes da primeira instância que também têm direito a esses pagamentos recebem o dinheiro em parcelas mensais de pequeno valor.
Há indícios de que os pagamentos que chamaram a atenção do CNJ tenham sido autorizados pelo então presidente do tribunal, Antonio Carlos Viana Santos, que morreu em janeiro.
Segundo os resultados preliminares da investigação, a medida beneficiou o próprio Viana Santos e 16 colegas, deixando de fora os outros 336 desembargadores do TJ.
O primeiro sinal de irregularidade surgiu antes da morte de Viana Santos, quando chegou ao CNJ denúncia anônima que o acusava de enriquecimento ilícito.
Uma verificação feita pelos corregedores na folha salarial do tribunal identificou pagamento de mais de R$ 1 milhão para ele. Mais tarde, o CNJ soube que outros 16 desembargadores tiveram o mesmo benefício.
A suspeita é que Viana Santos tenha aproveitado uma sobra encontrada no orçamento do tribunal para autorizar os pagamentos.
A pendência salarial que justificou esses pagamentos têm origem em lei de 1992 que criou mecanismo para equiparar salários dos membros do Legislativo e do Judiciário, como manda a Constituição.
Dois anos depois, os deputados federais passaram a receber auxílio-moradia, mas o benefício não foi incluído entre as verbas recebidas pelos juízes, e eles recorreram ao Supremo Tribunal Federal.
O STF reconheceu o direito dos juízes e autorizou o pagamento dos atrasados em parcelas mensais.
O TJ-SP informou que não se pronunciará sobre a suspeita de pagamentos ilegais até o fim da inspeção que o CNJ está fazendo para examinar movimentações financeiras atípicas de juízes em São Paulo e outros Estados.
Advogados de familiares de Viana Santos disseram desconhecer o caso.

Primeira fase da Ufba será substituída pelo Enem, diz instituição

Segundo nota divulgada pela Ufba, a segunda fase do vestibular continuará sendo aplicada pela própria universidade.


O Conselho Acadêmico de Ensino (CAE) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) decidiu nesta quarta-feira (7) que o o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) substituirá a primeira fase do vestibular para os cursos de progressão linear. O Enem já é utilizado para os cursos de Bacharelado Interdisciplinar (BI) e cursos superiores de tecnologia.
Segundo nota divulgada pela Ufba, a segunda fase do vestibular continuará sendo aplicada pela própria universidade. A decisão vale para o processo seletivo do vestibular 2013, que deve ser aplicado no segundo semestre de 2012.
Este ano, a Ufba promoveu um seminário em julho para debater a possibilidade de agregar o Enem ao processo seletivo. Segundo a instituição, a decisão foi tomada por "ampla maioria" do CAE.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Bairro da Pituba sofre nova onda de assaltos nesta sexta-feira

Diversos homens foram vistos jogando pedras nos ônibus que passavam pela Orla de Salvador, além de participarem de um arrastão na região.


O bairro da Pituba sofre uma nova onda de arrastões na noite desta sexta-feira (2), segundo informações da Central de Polícia. Vários homens foram vistos por volta das 18h20 na avenida Manoel Dias, nas proximidades do restaurante Tchê Picanha, jogando pedras nos ônibus que passavam pela Orla de Salvador.
Ainda de acordo com a polícia, os homens estão fazendo um tumulto na região, além de participarem de um arrastão que assaltou diversas pessoas. Na tarde desta quinta-feira (1), um caso similar foi registrado na avenida Tancredo Neves.
Mais de 20 pessoas participaram da onda de assaltos, segundo informações da 35ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Iguatemi). Moradores da região ficaram assustados e ligaram para a Polícia Militar denunciando a situação.
A polícia suspeita que o grupo tenha saído do show da banda A Bronkka, que acontecia no Jardim dos Namorados, como parte da gravação de um programa de TV Itapoan, seguido pela avenida Tancredo Neves e pela Pituba roubando pessoas que estavam na rua.
Segundo testemunhas, muitos dos roubos se centraram em frente ao Shopping Sumaré, onde o grupo roubou celulares, relógios e bolsas. Já a Polícia Militar confirma os arrastões - segundo a assessoria, dezesseis pessoas foram detidas para averiguações por quatro viaturas da PM que foram enviadas para os locais. Além disso, dez adolescentes foram apreendidos e conduzidos para a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), onde foram ouvidos e liberados.

Moradores de Cafarnaum, na Bahia, protestam por mais segurança

Casa lotérica foi assaltada nesta sexta-feira e um banco na quarta-feira.
Nesta sexta-feira nenhum policial civil estava trabalhando na cidade.

Moradores de Cafarnaum, na Bahia, protestam por mais segurança (Foto: Jornal Expresso de Cafarnaum)Moradores se reuniram em protesto por segurança (Foto: Jornal Expresso de Cafarnaum)

Os moradores de Cafarnaum, na Chapada Diamantina, fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (2) pedindo mais segurança na região. Esta manhã, algumas pessoas foram assaltadas na BA-122. Segundo a polícia, elas foram a cidades vizinhas fazer saques bancários, porque a agência da cidade foi assaltada na quarta-feira (30) e continua fechada. Enquanto a polícia seguia para a estrada para dar socorro às vitimas, dois bandidos em uma moto assaltaram a lotérica da cidade.
Nesta sexta-feira nenhum policial civil estava trabalhando em Cafarnaum. O investigador está de férias e o delegado acumula o cargo em outras cidades. Apenas dois soldados da Polícia Militar trabalhavam no município.

Vídeo mostra tumulto durante sessão na Câmara de Sobradinho (BA)

Vereadores discutiam projeto de lei que cria vagas em concurso público.
Debates foram encerrados após início de confusão na noite de quinta (1).


Uma sessão na Câmara Municipal de Sobradinho, na região norte da Bahia, terminou em confusão na noite de quinta-feira (1) e precisou da intervenção da Polícia Militar para controlar a situação. Um cinegrafista amador registrou o tumulto (Assista ao vídeo ao lado).
Segundo o diretor administrativo e financeiro da Casa, Cícero de Oliveira, sete vereadores discutiam itens de um projeto de lei que prevê abertura de vagas em um concurso público no município. Com o início da confusão, o presidente da Câmara, o vereador Ranilson Nery, foi obrigado a encerrar a sessão ordinária. Ele não foi encontrado nesta sexta-feira (2) para comentar o ocorrido.
Ainda de acordo com o diretor Cícero, Ranilson sofreu uma tentativa de agressão por parte de pessoas insatisfeitas com o encerramento da sessão. O caso não chegou a ser registrado na delegacia da cidade e não há relato de pessoas feridas.