quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PM que delatou esquema diz ter recebido propina de aliado de Agnelo.

O policial militar João Dias Ferreira, pego ontem na sede do governo do Distrito Federal com R$ 159 mil, disse à Polícia Civil que o dinheiro era propina dada pelo irmão e pela chefe de gabinete do secretário de Governo, Paulo Tadeu, principal aliado do governador Agnelo Queiroz (PT).
Ferreira foi preso ontem na secretaria de Governo, após jogar o dinheiro na mesa de servidoras, por injúria e lesão corporal.
PM é preso novamente após ser pego com dinheiro no governo do DF
PM que delatou fraude no Esporte é solto após ter agredido servidores

PM João Dias Ferreira é preso novamente após ser pego com dinheiro no governo do Distrito Federal
PM João Dias Ferreira é preso novamente após ser pego com dinheiro no governo do Distrito Federal.

A Polícia Civil, Ferreira disse que foi ao Palácio do Buriti devolver o dinheiro que havia recebido no último domingo.
"O autor [João Dias Ferreira] negou as agressões, apenas reconhecendo os xingamentos mútuos, alegando que estava devolvendo a quantia que lhe havia sido entregue em sua residência, pela senhora Paula, pelo irmão do secretário Paulo Tadeu, e por outras pessoas cujos nomes não declinou", diz o Boletim de Ocorrência.
Uma das citadas é Paula Batista de Araújo, chefe de gabinete de Paulo Tadeu e apontada como uma das vítimas da prisão ocorrida ontem.
Segundo o advogado de Ferreira, André Cardoso, o policial havia recebido "inúmeras" propostas de propina de pessoas ligadas a Agnelo Queiroz, como forma de "cala-boca". Cardoso diz que o policial decidiu então aceitar a última oferta para que pudesse gravar a entrega do dinheiro.
Ferreira é dono de duas ONGs que desviaram mais de R$ 3 milhões do Esporte, quando Agnelo era ministro e também na gestão de Orlando Silva --que caiu após as acusações. Durante a crise no Esporte, o policial centrou as acusações em Orlando Silva, sem implicar diretamente Agnelo.
Procurado pela Folha, Paulo Tadeu disse que a versão do policial é uma "farsa".
"Ele não vai divulgar esse vídeo com a entrega de dinheiro porque não existe. A polícia tem que investigar a origem desse dinheiro. Foi montada uma farsa para cima de mim que não saiu como planejada", disse o secretário de Governo do DF.
Em nota, Agnelo diz que "está sendo alvo de uma denúncia infundada, baseada em depoimento no qual não foi apresentado prova alguma".
"O GDF rechaça a tentativa criminosa de acusar integrantes do governo. E aguarda que o caso seja esclarecido o mais rápido possível, revelando que interesses escusos que levam o policial a fazer tais declarações neste momento."
João Dias Ferreira foi solto pela Polícia Civil após pagar fiança de R$ 2.000, mas foi preso pela corregedoria da Polícia Militar, uma vez que um dos agredidos era também um policial. O advogado do policial, André Cardoso, disse que a prisão é ilegal.
"Houve pressão para tirar ele de circulação. É uma prisão ilegal, já que lesão corporal leve é um crime menor que nem se houvesse condenação ocorreria o regime fechado", disse.

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