sábado, 21 de maio de 2011

Bonde de Nem Gorda executou agiota em praça

Agiota Daniel Araújo dos Santos, 34 anos, foi morto por cobrar um empréstimo de R$ 2 mil feito à chefe do tráfico.

O bonde da Nem não atropela só quem deve dinheiro a Maria Lúcia dos Santos Gomes, a Nem Gorda. O agiota Daniel Araújo dos Santos, 34 anos, foi morto por cobrar um empréstimo de R$ 2 mil feito à chefe do tráfico no Alto do Tanque, no Subúrbio Ferroviário.
A Praça da Revolução, em Periperi, estava movimentada na noite de sábado, dia 10 de outubro de 2009. Daniel, conhecido como Perereca, estava em frente a um vendedor de churrasquinho de gato quando o bonde apareceu. O chefe dos matadores de Nem Gorda, seu marido, Alex Brito das Neves, o Grilinho, chegou no Fiat Stilo usado pela quadrilha e fuzilou Daniel. Ele chegou a ser levado ao Hospital Geral do Estado, mas não resistiu.
“Todos viram, mas ninguém quer se pronunciar. Essa negona mandou matar Perereca porque ela estava devendo e não quis pagar”, relatou um morador de Periperi que viu o crime e não quis se identificar.  O delegado titular da 5ª Delegacia, em Periperi, Antônio Carlos Magalhães, confirma o crime, mas não a motivação.
“Nós estamos ouvindo testemunhas, mas ainda é cedo para sabermos se o motivo foi a dívida”, explicou. A Praça da Revolução também foi palco do assassinato de Selma dos Santos Araújo. Ela foi morta a tiros na madrugada do dia 24 de abril deste ano. Segundo moradores, o bonde chegou no mesmo Stilo e a alvejou na cabeça, braço e tórax.
O policial militar que abrigava os carros usados pelo bonde da Nem nas operações é o sargento reformado Joel Gomes. Ele ainda não foi ouvido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ontem pela manhã, a filha de Nem Gorda, Tatiana dos Santos, conhecida como Tetém, prestou depoimento no DHPP.
Ela é casada com Deivison da Conceição Santana, preso junto com a chefe no domingo. Segundo denúncias registradas na 5ª Delegacia, as reuniões da quadrilha aconteciam na casa do casal, no Alto do Tanque. A delegada titular, Joana Angélica dos Santos, não revelou o teor do depoimento. Somente entre os dias 1º e 16 de maio deste ano, a polícia registrou 16 assassinatos no Subúrbio Ferroviário - média de um por dia.
Segundo o delegado Antônio Carlos Magalhães, o número de homicídios na região vinha diminuindo e voltou a crescer em abril. Foram 19 mortes em janeiro, nove em fevereiro e 10 em março. “Em abril, 29 morreram. Mas vamos trabalhar para mudar a situação”, disse.

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